Sega Dreamcast – O Legado e o Fim de uma Era!

Você conhece o Dreamcast?

Se o Dreamcast tinha inovações e bons jogos, por que ele fracassou? Por que a Sega não conseguiu competir com os outros consoles da época e acabou abandonando o mercado de hardware para se tornar apenas uma desenvolvedora de jogos?

Essas questões complexas nos levam a investigar os problemas recorrentes da empresa, que começaram antes mesmo do lançamento do console.

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O Lançamento

O Sega Dreamcast foi lançado no Japão em 27 de novembro de 1998, vendendo impressionantes 150 mil unidades em um único dia e fazendo grande sucesso. Nos Estados Unidos, chegou em 9 de setembro de 1999, uma data cuidadosamente planejada para uma estratégia de marketing que ficou marcada na história. Já no Brasil, o console foi lançado em outubro de 1999.


Apesar de sua vida curta no mercado, o Dreamcast contou com uma biblioteca de 636 jogos (soma das versões europeias, americanas e japonesas), incluindo alguns títulos que não foram lançados em determinadas regiões. Mesmo com uma biblioteca limitada, entregou grandes clássicos, como Sonic Adventure, Crazy Taxi e Shenmue.



Inovação: o pioneirismo no online


Um dos grandes destaques do Dreamcast foi sua capacidade de conectar-se à internet e oferecer partidas online, algo revolucionário na época. Títulos como Phantasy Star Online, Quake III Arena e Metropolis Street Racer mostraram o potencial da rede online. 


Você achava que o PlayStation 2 ou o PlayStation 3 iniciaram essa tendência? Pois foi a Sega quem abriu o caminho!

O início do fim: o que deu errado?


Se o Dreamcast tinha inovações e bons jogos, por que ele fracassou? Por que a Sega não conseguiu competir com os outros consoles da época e acabou abandonando o mercado de hardware para se tornar apenas uma desenvolvedora de jogos?

Essas questões complexas nos levam a investigar os problemas recorrentes da empresa, que começaram antes mesmo do lançamento do console.

O desenvolvimento atribulado


O desenvolvimento do Dreamcast foi feito às pressas para tentar compensar o fiasco do Sega Saturn. Na época, a Sega tinha duas divisões principais – uma nos Estados Unidos e outra no Japão – que frequentemente entravam em conflito sobre decisões estratégicas.

Foram criados dois protótipos iniciais:

Blackbelt: desenvolvido pela americana 3dfx.

Dural: desenvolvido pela japonesa VideoLogic System, que recebeu o nome de uma personagem de Virtua Fighter.

Antes mesmo de decidir entre os dois protótipos, várias empresas foram envolvidas no processo, incluindo Lockheed Martin, Nvidia e Microsoft. Após muitas idas e vindas, o protótipo japonês Dural acabou sendo escolhido, recebendo o nome final de Katana. A Microsoft também se envolveu no projeto, contribuindo com o sistema operacional Windows CE, usado em alguns jogos.

A escolha pelo Katana foi motivada por custos. Apesar de o Blackbelt estar tecnicamente mais avançado, seu hardware era mais caro de produzir. Além disso, conflitos entre a Sega e a 3dfx resultaram em problemas jurídicos, resolvidos fora dos tribunais.

O GD-ROM e as especificações técnicas

Para armazenar jogos, o Dreamcast utilizava o GD-ROM (Gigabyte Disc Read-Only Memory), desenvolvido pela Yamaha. Essa mídia proprietária tinha capacidade para armazenar até 1 GB de dados, superior aos 650–700 MB de CDs padrão.

O GD-ROM apresentava várias vantagens:

Maior capacidade de armazenamento.
Proteção contra cópias ilegais.

Os discos eram divididos em três regiões:

Faixa interna (35 MB): continha dados legíveis por PCs e avisos de copyright.
Faixa externa (1 GB): armazenava os dados principais do jogo.
Área intermediária (não contém dados): usada como borda.

Essa tecnologia ajudava a evitar pirataria, mas sua capacidade limitada frente ao DVD, que começava a despontar no mercado, foi uma das desvantagens do Dreamcast.

A queda da Sega

Após o sucesso do Mega Drive, a Sega acumulou uma série de fracassos: Sega CD, 32X e Sega Saturn. Cada erro enfraquecia a confiança dos consumidores e dos parceiros comerciais. Apesar de ser um console inovador, o Dreamcast foi lançado em um momento errado, com hardware que não conseguiu competir com o PlayStation 2, que vinha equipado com um leitor de DVDs, uma grande vantagem na época.

Internamente, a Sega também enfrentava problemas graves, como má administração, gastos excessivos com marketing, falecimento de executivos-chave e uma constante falta de alinhamento entre suas divisões americana e japonesa. Tudo isso resultou no fim da era da Sega como fabricante de consoles.

Mesmo assim, o Dreamcast é lembrado com carinho por fãs e jornalistas como “O console à frente do seu tempo”.

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